quarta-feira, 10 de dezembro de 2014

Artigos de Opinião da aluna Sabrine, da 8ª série D

Artigos de Opinião: Temas propostos pelo professor Edson Vieira em aulas sobre o gênero textual.

Artigo de opinião
1)   Construa um artigo com o seguinte tema: 
“Vivemos num mundo finito, ou seja, tudo tem um fim, mas o sistema alimenta uma fome sem fim. Como resolveremos este paradoxo? A felicidade tem preço! Nossa existência!”

O mundo do consumo é movido a partir de um sistema linear, aparentemente simples: Extração, produção, distribuição, consumo e descarte. Mas se nos aprofundarmos apenas um pouco nesse sistema veremos que não é tão simples quanto parece, e as complicações surgem logo no começo disso tudo.
O planeta em que vivemos é a fonte de todos os recursos extraídos para a produção de tudo o que consumimos, mesmo as coisas mais simples, e sem esses recursos todo o sistema sairia do eixo. Logo surge o primeiro problema: esses recursos tão essenciais são finitos, e não estão tão longe de se esgotarem. As pessoas consomem e descartam cada vez mais, a população cresce consideravelmente dia após dia, e os recursos estão cada vez mais perto de se extinguirem.
É claro, todas as pessoas com um nível de conhecimento básico estão conscientes disso, mas a maioria escolhe simplesmente ignorar. Vivemos numa geração de pessoas consumistas, materialistas e egoístas, onde mesmo sabendo dos perigos desse desperdício de recursos naturais, dos perigos da poluição que causamos com máquinas, indústrias, usinas, etc., temos uma linha de raciocínio que se resume a: “Sabemos que estamos deteriorando o planeta, e que a próxima geração sofrerá imensamente com os danos que estamos causando, mas provavelmente não estaremos vivos para vivenciar esse fato ou ao menos se prejudicar significativamente com ele, então quem se importa? Vamos viver, gastar, poluir, esgotar recursos, não é problema nosso. Deixemos o futuro nas mãos do futuro”.
Mas o futuro pode não ser tão distante assim. Talvez esse futuro seja amanhã, talvez nós estejamos vivos para sofrer as consequências de nossas ações. Ou talvez devêssemos pensar em nossos filhos, netos, bisnetos... O que isso mudaria na vida DELES? Existem muitas considerações a serem feitas, talvez mais do que imaginamos.
Para ser sincera, não acredito que haja uma solução completa ou definitiva para isso considerando o ponto em que chegamos, mas acredito que existam maneiras de amenizar os danos, prolongar o tempo de “vida útil” do planeta. Podemos investir em energias e tecnologias sustentáveis, podemos poluir menos, economizar mais, ensinar valores diferentes não apenas para as próximas gerações, mas também para a atual, deixando os perigos do consumismo e da degradação progressiva do planeta ainda mais evidentes para todos, entre muitas outras coisas. Mas isso só seria útil de alguma forma (mesmo que mínima) se todos fizessem sua parte, mesmo que apenas com pequenas ações individuais, mas que em conjunto fazem uma enorme diferença.
E será através dessas pequenas ações individuais e simples, ou conjuntas e mais complexas, e principalmente tendo a consciência de que os recursos naturais são finitos, que poderemos fazer algo, garantindo a continuidade de um futuro próximo.

2)   Construa outro artigo com o seguinte tema:
“Ser humano? Ou ser uma coisa? Apesar de estranho estamos cada vez mais com esse questionamento nas nossas relações. Somos o que temos! Nosso valor é estimado pelo que proporcionamos ao próximo! Nosso objeto de valor nos representa. Nos confundimos com o objeto que possuímos. Neste ritmo não saberemos diferenciar nosso amigo de seu objeto. O verbo SER está sumindo e em seu lugar o verbo TER se propaga numa velocidade gigantesca.”

O consumo sempre existiu na história da humanidade, e o consumo desenfreado já faz parte de nosso dia-a-dia, já é algo considerado “comum”, “leviano”, “inofensivo”... Será mesmo?
Ano após ano, dia após dia, o consumo deixa de ser uma necessidade ou uma forma de lazer para se tornar uma forma de ditadura, um rótulo, uma obrigação. O consumismo fez com que deixássemos de ser pessoas e nos tornássemos manequins, vitrines, produtos. Por conta dele, não somos o que somos, somos o que temos.
Pessoas passaram a ser etiquetadas, segregadas e classificadas como mercadorias. Somos “marcas”, “logotipos”, “raças”, “cores”, “classes sociais”, “religiões”, “nomes”, “estilos”, “gostos”, “sexualidades”, “biotipos”, “aparências”... Somos tudo, exceto humanos. Somos definidos pelo que mostramos à sociedade, por nossas posses, nosso “exterior”.
A mídia nos impõe valores superficiais e materialistas, nos objetifica, e além de aceitar isso de boa vontade nós “entramos em seu jogo” de tendências, estereótipos e etiquetas. Muitas vezes consumimos, consumimos e consumimos sem necessidade alguma e sem poder lidar com os custos disso apenas para atender às exigências que a mídia impõe, para “nutrir” nossas aparências, afinal, elas são a única coisa que importa aos olhos da sociedade.
Além disso, tal consumo esgota recursos naturais de forma desnecessária e exagerada, causando um imenso dano ao planeta e à vida nele.
O consumismo induzido pela mídia e a “rotulação” de pessoas são alguns dos males que assolam a humanidade há algum tempo e continuarão assolando no futuro, pois a persuasão da mídia apenas cresce monstruosamente e a necessidade da sociedade de atender aos seus caprichos segue este mesmo caminho. Talvez um dia não haja mais humanidade, ou recursos, ou até mesmo um planeta no qual possamos viver, pois os seres humanos não estão dispostos a mudar seu modo de vida e sair de sua “zona de conforto” por um bem maior. Em nossa grande maioria, preferimos virar marionetes do sistema e sentar em um sofá enquanto destruímos a vida na Terra e assistimos a destruição, e isso nunca irá mudar.
Condenamos nosso futuro e sabemos disso, apenas resolvemos ignorar e dizer que não há mais volta e não há nada que possamos fazer sobre isso, quando na verdade há. Reeducação no consumo, economia, mudança nos nossos valores e na maneira como vemos as pessoas... Estas são apenas algumas formas de amenizar o dano que causamos. Se cada um fizesse sua parte, já seria de imensa ajuda. Mas convencer pessoas que estão condicionadas ao consumismo a mudar seus hábitos é uma missão quase impossível. Sendo assim, realmente não há mais volta.

Sabrine Ignacio Alves                    nº 28               8ªD